A campanha eleitoral de 2012 iniciou há apenas duas semanas e já é alvo de fortes críticas e reclamações de usuários das redes sociais, que, em sua maioria, vêm se manifestando contrários à propaganda política, principalmente no Facebook. Alguns internautas chegaram até a criar páginas manifestando contrariedade ao que eles chamam de poluição virtual, que ao invés de beneficiar os candidatos tem causado repulsa entre os eleitores. Usuários da rede em Mato Grosso têm sido duros críticos com o que chamam de "invasão".
Um usuário publicou uma postagem aos seus amigos onde diz: “Um recado aos meus amigos: existe local para propaganda eleitoral. Horários em TV, rádio, jornais e sites para isso. Por favor, no Facebook não”. Outro opina: "Que seja bem claro não estou a fim de ser marcado em fotos de propaganda eleitoral". Um terceiro completa: “já comecei a cancelar assinatura e excluir alguns perfis do meu Face. Fico p(...) com propaganda política”.
Em Tangará da Serra, segundo enquete realizada pelo jornal "Dário da Serra", quase todos se posicionaram contrário a propaganda eleitoral de candidatos na rede social. Uma minoria acredita que de maneira democrática as redes sociais devem sim receber o ´santinho digital´.
Um dos usuários do Facebook, que participou da enquete, explicou que é contrário e que irá excluir os ´amigos´ que difundirem em seu mural de recados propagandas de candidatos. Outro, que também se manifestou contrário, disse que simplesmente deleta todos as postagens de propaganda política dirigida a ele.
De posicionamento favorável, um usuário questionou o fato de nas redes sociais serem aceitas piadas, esportes e religião e porque não política. “Hoje o Face é o local onde pode-se discutir abertamente, e todos podem expor suas opiniões. O Facebook se tornou inútil, se buscarmos o para que foi criado, com certeza não é para o que o brasileiro usa. Compartilhamos sobre futebol, igreja, piadas, agora sobre política enche o saco e é contra”, opinou.
Outro internauta se posiciona a favor e defende que estas propagandas servem para abrir o olho do eleitor. “Fechar os olhos não resolve os problemas. Temos que manter os olhos abertos sim, temos que ver as propagandas eleitorais no Facebook, MSN, rádio, televisão, jornais, sinal de
fumaça, libras (...)”.
E ele complementa: “E vou mais longe. Temos que aproveitar o Facebook, que nos permite dialogar com os candidatos e através das mensagens públicas emitirmos nossa opinião, deixarmos perguntas para eles, questionarmos posicionamentos que discordamos, etc. Vamos aproveitar a oportunidade que a tecnologia nos dá de termos uma campanha com discussões mais profundas”, completou.
Também de posicionamento favorável, um internauta defende que assim como empresas podem vender seus produtos nas redes sociais, também os políticos têm o direito de fazer suas propagandas virtuais. “Acho que se formos contra, teremos que ser contra a qualquer tipo de propaganda. Sou da democracia, direitos iguais a todos, se empresas podem utilizar do Facebook para falar de seus produtos, se festas podem ser divulgadas, demais outros eventos, por que candidatos não poderiam fazer propagandas?”, opinou.
A Resolução 23.370/2011, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), autoriza este tipo de propaganda tanto partindo de candidatos quanto de usuários que simpatizam por determinada pessoa. A única exigência da resolução é que o propagador do ´santinho digital´ se identifique, isto é, é vedado o anonimato.
De acordo com o inciso IV, do Art. 18, do capítulo IV da Resolução, é permitida a propaganda “por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa natural”.
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