Comandante disse que será investigado se policiais cometeram excessos.
Confronto foi durante cumprimento de mandado de reintegração de posse.
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Indícios de excesso e arbitrariedade cometidos por policiais militares durante o cumprimento de um mandado de reintegração de posse no bairro Parque Humaitá I, em Cuiabá, nesta quinta-feira (12), devem ser apurados pelo Comando Geral da Polícia Militar de Mato Grosso. O comandante do Comando Regional I, coronel Jadir Metello da Costa, afirmou que será instaurado um inquérito para investigar a ação dos policiais, já que 15 pessoas ficaram feridas, entre elas uma criança que foi atingida no rosto por uma bala de borracha.
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"Os policiais poderiam ter recuado porque não tinha estrutura para realizar a ação. Se fosse de forma organizada, não teria acontecido isso", avaliou o coronel, ao explicar que, além disso, os PMs erraram ao sair para dar apoio aos oficiais de Justiça sem comunicar o Comando Regional. "Não teve consentimento do Comando, mas tem uma situação que deve ser investigada", frisou.
De acordo com o comandante, os oficiais chamaram a polícia para verificar a questão, mas falaram que não havia ninguém morando, sendo que ainda tinha moradores no local. "Eram mais de 60 moradores e apenas 15 policiais, sendo que normalmente se tem o dobro de policiais do que de manifestantes", explicou.
Durante o processo de investigação, que deve ser concluído em 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20, serão ouvidos os 15 policiais que participaram da ação, os moradores que foram encaminhados temporariamente para um alojamento da Prefeitura Municipal, na Avenida Palmiro Paes de Barros, bem como oficiais de Justiça e outras testemunhas. O resultado dos exames de corpo de delito das vítimas também será analisado durante o inquérito, conforme Jadir Metello.
No boletim de ocorrência registrado pela PM, consta que a polícia informou os oficiais de que era preciso um estudo prévio para nortear o trabalho de desocupação da área. No entanto, os policiais se dispuseram a ir para verificar a situação apenas. "Verificamos que as vias que davam acesso ao local estavam interditadas e foi solicitado que desobstruíssem as vias e as várias pessoas que estavam ali se recusaram. Eles usaram crianças para interromper a ação policial", diz trecho do boletim.
A ocorrência relata ainda que no momento em que os PMs foram retirar os pneus, madeiras e entulhos que estavam obstruindo as vias, os moradores tentaram agredir os policiais e que, por isso, foi necessário o uso de gás lacrimogênio e balas de borracha.
Logo após o ocorrido, a moradora Keila Márcia de Souza Rodrigues contou ao G1 que foi um verdadeiro terror e reclamou que nem as crianças foram respeitadas. "Parecia um cenário de guerra", disse ela.
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